A sombra da sereia, Camilla Läckberg (D. Quixote)

       O segundo livro desta autora, oferecido pela minha mãe em conluio com a minha filha, ambas cúmplices no horror a policiais e às descrições de crimes e sangue a escorrer que, mais raramente do que creem, enchem as páginas dos livros policiais.
    O efeito surpresa não existiu desta feita. A narrativa é muito simétrica à do outro livro: um crime acontece na tranquila vila de Fjallbacka, Patrik Hedstrom, inspetor, conduz a investigação e a mulher, a escritora Erica Falk vai investigando por sua iniciativa e acrescentando peças ao puzzle. A narrativa desdobra-se em dois momentos distintos, marcados também pelo tipo de letra.
   Ao mesmo tempo que seguimos a investigação, vamos acompanhando a vida familiar de Erica e Patrik e restante família, marcada pela tranquilidade e pelos afetos em claro contraste  com os crimes que investigam.
     Se o efeito surpresa não existiu, porque a forma como o livro está estruturado é muito similar ao d'A Ilha dos Espíritos - cuja ação é posterior à deste livro - quase desde o meio do livro não pude deixar de me lembrar do Psycho de Alfred Hitchcock e dessa forma antecipar o desfecho. Não leio policiais à espera de descobrir o criminoso antes de este ser revelado, mas gosto de ser surpreendida, o que não aconteceu neste livro, o que somado a uma trama modesta, personagens com pouca densidade e até com alguns lugares comuns, diminuiu o interesse na leitura de outros livros desta autor.

***

Comentários

  1. Este foi o primeiro livro que li desta autora. Apesar de não ter achado o livro brilhante, não o conseguia pousar porque, devido à forma como está escrito, é a única maneira de irmos tendo algumas respostas. A escrita não é nada de especial, e em alguns momentos até achei demasiada a preocupação em falar da vida no dia a dia de todos os personagens e dos seus filhos. Não antecipei o final a meio do livro, mas consegui perceber quem era o assassino antes de ele ser revelado. Apesar de haver algum fator surpresa, não foi tão grande assim. Além disso, a história é de facto um bocadinho perturbadora.

    Ainda assim, uma vez que se trata de uma coleção de livros com ligação entre si, a forma como este termina faz ficar com vontade de ler o seguinte (ou seja, A Ilha dos Espíritos).

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