O miúdo que pregava pregos numa tábua, Manuel Alegre (D. Quixote)

Já tinha começado a ler um livro que não de
poesia (Alma) e tinha-o largado porque me irritou a narração demasiado
egocêntrica. A convicção da sua importância que lhe é transmitida pela família
desde sempre (na altura lembro-me de pensar que a irmã o devia odiar).
Acabei
agora de ler este livro O miúdo que
pregava pregos numa tábua, e mais uma vez é ele, mas, desta feita, mais
frágil. Menos convicto de si, porventura. Convoca para o livro os seus mortos,
família e amigos, e a proximidade da morte, dos outros e a própria, talvez
explique este discurso menos centrado em si próprio (embora ainda admita a
possibilidade de a sua obra ser a continuação de Os Lusíadas, uma bravata que
anunciara em jovem (…) E meteu mãos à
obra. Mas ainda hoje não sabe se conseguiu.)
De resto é um livro terno, cheio de recordações e de pessoas
e muito bem escrito. Quase um poema em livro ou em música pois como lhe disse a mãe o poeta é que faz a música.
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