Feira do Livro 2019

    Acabada a Feira do Livro deste ano, estes foram os livros que comprei. Menos que desejava seguramente, mas para além do preço dos livros, tenho que me lembrar daqueles que ainda aguardam que os leia, pousados em cima do baú do meu quarto e no chão, numa pilha que não cai porque os livros estão devidamente entalados entre a parede e a mesinha de cabeceira. Mas é difícil resistir a comprar quando temos a oportunidade de nalgumas centenas de metros quadrados encontrar praticamente todas as editoras, e, nalguns casos, os livros a preços de ocasião. 
    A sensação que foram muito menos livros do que queria resulta também do facto de alguns dos livros que comprei se destinarem a prendas.
    Neste lamento sobre os livros que não posso (ou não pude comprar) o Biblioteca-me lembrou-me o poema de Jorge de Sena, Ode aos livros que não posso comprar, de que roubei os primeiros e os últimos versos:
    Hoje, fiz uma lista de livros,
    e não tenho dinheiro para os poder comprar,
    (...)
    Por isso preciso de comprar alguns livros,
    uns que ninguém lê, outros que eu próprio mal lerei,
    para, quando se me fechar uma porta, abrir um deles,
    folheá-lo pensativo, arrumá-lo como inútil,
    e sair de casa, contando os tostões que me restam,
    a ver se chegam para o carro eléctrico,
    até outra porta.

   É por isso que ainda que se acumulem os livros que temos, lidos e não lidos, precisamos sempre de comprar alguns livros.

Comentários

Enviar um comentário

Os mais lidos

O Sétimo Juramento, Paulina Chiziane (Sociedade Editorial Ndjira)

Niketche, Paulina Chiziane (Caminho)

Os Bem-Aventurados, Luísa Beltrão (Editorial Presença)