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Refugiados, Viet Thanh Nguyen (Elsinor)

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    Uma primeira palavra para a cuidada edição deste livro de contos, pela Elsinore, da 20 | 20 editora. A capa, muito apelativa, tem uma ilustração de Lord Mantraste, de quem há uma nota biográfica no final do livro. O livro traz, na primeira página, o poema You are welcome to Elsinore do Mário Cesariny, que pode ser ouvido aqui pela voz de Sónia Tavares, vocalista dos Gift.     Viet Thanh Nguyen nasceu no Vietname, tendo, em 1975, fugido com a família para os EUA. Os contos reunidos em Refugiados, bem como os outros dois livros do autor, O Simpatizante (que, entre outros prémios, recebeu o Prémio Pulitzer para Ficção) e O Comprometido, refletem bem as suas origens e experiência de vida.      Refugiados inclui 8 contos, sendo os protagonistas, na maioria dos contos, refugiados de origem vietnamita. Enquanto lia o primeiro conto, Mulheres de olhos negros, reparei que agarrava a capa com as mãos completamente contraídas, não pelos f...

rapariga mulher outra, Bernardine Evaristo (Elsinore)

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            Rapariga mulher outra recebeu o Booker Prize 2019 juntamente com Os Testamentos de Margaret Atwood. Mais do que o prémio, acho que foi o título que me atraiu. As palavras em minúsculas, sem vírgulas ou outro sinal de pontuação a separá-las, aumentando de tamanho de rapariga para mulher e depois para outra, indiciando uma transição e, simultaneamente, um crescimento e uma abertura.     Apesar de contar a história de 12 mulheres, na verdade fala-nos de muitas mulheres, negras, de diferentes gerações, que têm em comum viverem em Inglaterra e terem todas a sua origem nas antigas colónias britânicas. É na realidade uma constelação de mulheres, algumas de gerações distintas, que se conhecem, amam, protegem, descendem ou se cruzam algures na vida.     Convenço-me que os escritores(as) escrevem como eu os leio.   Li rapidamente rapariga mulher outra, e, parece-me, que também foi escrito assim. Num fô...

A Eterna Demanda, Pearl S. Buck (Elsinore)

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    "A Eterna Demanda" é-nos dado a conhecer como o último trabalho de Pearl S. Buck, ainda incabado, cujo manuscrito foi descoberto, e recuperado, em 2012 pela família da autora. O prefácio, que é escrito pelo filho Edgar Walsh - um dos vários filhos que Pearl Buck e segundo marido, o seu editor Richard Walsh, adotaram -, guia-nos um pouco sobre a vida da autora e, sobretudo, os seus conturbados últimos anos de vida. Gostei muito de a conhecer melhor através deste prefácio.     Edgar Walsh apresenta-nos o trabalho da mãe como "um trabalho imperfeito", referindo que a mãe "era uma perfecionista, e este livro está longe de ser perfeito. Não deixou instruções sobre o aspeto que o romance deveria ter na sua forma final". Mais refere que "todavia, para os seus leitores passados e atuais, esta obra, representa uma oportunidade única de conhecê-la realmente e de compreender os seus sentimentos e convicções".     Foi exatamente isso que senti...