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Um Artista do Mundo Flutuante, Kazuo Ishiguro (Gradiva)

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    Este livro deixou-me absolutamente dividida - o que justifica, em parte, o tempo entre o fim da sua leitura e a minha recensão da mesma neste blogue.    Recorrendo à fórmula a que já nos habituou e de que, pessoalmente, gosto bastante, a história, narrada na primeira pessoa, é como que um discorrer de memórias dentro de memórias. Em qualquer dos seus romances já lidos - Nunca  Me Deixe s , The Remains of the Day ( Os Despojos do Dia ) e O Gigante Enterrado - encontramos esta forma de escrever, mas diria que este é aquele que mais se aproxima do primeiro, que é, sem dúvida, para mim, o seu melhor romance e o que me fez ler todos os seguintes (que não lhe chegaram aos «calcanhares»).     Se me perguntarem se gostei do livro, direi que sim. Se me perguntarem do que trata, responderei que me parece ser a análise de uma vida e de como as nossas ações podem vir a ter influências imprevisíveis no futuro. Mas também pode não ser exatamente isso... ...

O Gigante Enterrado, Kazuo Ishiguro (Gradiva)

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    Este livro foi-me difícil de ler, por vários motivos. Em primeiro lugar, custou-me não me sentir impelida a ler em todos os momentos - algo que já sentira com Remains of the Day e que me deu semelhante sensação de desilusão, após a leitura de Nunca Me Deixes . Em segundo lugar, porque me parecia inicialmente que prometia uma história de descoberta pelos recônditos da memória, numa alegoria aos seus segredos, usando como pretexto os tempos após Rei Artur; na verdade acabou por se tornar mais uma aventura de cavaleiros, duelos, criaturas míticas... Por fim, e talvez por ter demorado bastante tempo a ler e bastante tempo à espera do esclarecimento que nos seria dado quanto ao que a "névoa" que apagava as memórias das pessoas da região escondia, não consegui - de início - compreender o fim, além do que me senti enganada ao não ver as minhas dúvidas respondidas. Foi preciso algum tempo de reflexão e debate para que o meu namorado sugerisse uma hipótese que, de repente, fazi...

The Remains of the Day, Kazuo Ishiguro (Vintage International)

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    Lido na sua versão original (título em português: Os Despojos do Dia ), este romance do autor de Nunca me Deixes  foi uma desilusão. Continua maravilhosamente escrito e segue um estilo de narrativa semelhante ao do livro que mais me tocou nos últimos anos, ou seja, é um discorrer de memórias que nos vai permitindo juntar as peças do puzzle a partir de alguns episódios específicos do passado. No entanto, não me cativou nem despertou a vontade constante de saber o que ia acontecer a seguir.     Talvez em parte esta desconexão se deva a alguma imaturidade minha e um certo desconhecimento da História, que me impede de a associar aos eventos descritos. Assumo que assim possa ser. Independentemente  do motivo, a verdade é que não me interessou - e honestamente não consegui encontrar a estória ...     O narrador, Stevens, é o antigo mordomo da propriedade de Lorde Darlington, Darlington Hall, atualmente pertencente a um america...

Nunca me deixes, Kazuo Ishiguro (Gradiva)

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   Desde o momento em que começamos a ler o livro apercebemo-nos que há um segredo por detrás da história que nos é contada e que é verdadeiramente terrível. Suspeitei do que poderia ser. Uma parte de mim queria confirmá-lo, para decidir se deveria ou não continuar a ler, mas a outra parte só queria prosseguir com a leitura. O livro é tão bom e está tão bem escrito, que nos envolve totalmente e sentimos que fazemos parte dele. E, ainda que saibamos o tal segredo a meio do romance, acaba por ser bastante secundário e, como o próprio autor descreve (em entrevistas a que assisti posteriormente), serve quase só para justificar uma base para a história - uma história de amizade. Talvez a mais bonita que já li.      Kathy H., a narradora, tem 31 anos e exerce a função de «ajudante», enquanto aguarda para se tornar «dadora». As histórias que vai contando, giram em torno de reminiscências da sua vida até aquele momento, e incluem sempre os seus amigos mais che...