O pintor debaixo do lava-loiças, Afonso Cruz (Caminho)

Ao contrário do principezinho, o protagonista desta história está atado à terra e vive os momentos dramáticos da 1ª Guerra Mundial nas tricheiras e o início da 2ª Guerra Mundial, passando por Bratislava, EUA e Portugal.
As personagens, descritas com traços largos, prendem-nos à leitura: a deslumbrante Frantiska, que enuncia regras que mudam todos os dias, o coronel com flores na cabeça e que não gosta de armas, o mordomo que não entende metáforas, a sua viúva que todos os dias estende a sua roupa na cama e lhe põe um lugar na mesa....
As frases roubadas são intermináveis e por isso deixo aqui apenas algumas, a começar com uma que encontramos logo na introdução:
Enquanto a água se pode guardar em garrafas, as histórias não podem ser engarrafadas sem que se estraguem rapidamente.
O mundo inteiro puxa-nos para baixo, mas as mãos de quem gosta de nós atiram-nos para o alto. Sem se cansarem.
O amor, dizia Sors, é uma casa sem telhado, pois quando olhamos para cima vemos o céu.
Não há mal em temer a morte. Há mal é em temer a vida.
Frantiska tinha razão: quando se canta, as coisas voltam ao seu estado original.
O esforço para ser feliz é muito maior do que aquilo que desfrutamos.
Adoro o Blog :)
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