Na vertigem da traição, Carlos Ademar (Parsifal)
Gosto de ler policiais, não pelo fascínio de descobrir antecipadamente o criminoso, mas pela trama que é tecida à volta do crime e da descoberta. Já li outros livros deste autor, Carlos Ademar, e, particularmente no anterior, O Chalet das Cotovias , gostei das possibilidades em aberto relativamente a um crime cujo responsável nunca foi descoberto. Também neste livro, como naqueloutro, não me pareceu que o autor receasse explorar o que não era factual, ou falhasse aqui, como em livros de outros autores, em que percebemos o que é verdade e o que foi imaginado para colmatar os espaços em branco ou para reforçar a história que se quer contar. A história, como consta na capa, é sobre Miguel Domingos, que foi encontrado morto num pinhal nos arredores de Lisboa, em 1951. Miguel Domingos era membro do Partido Comunista Português, vivia na clandestinidade e depois de ter estado na origem da revolta da Marinha Grande, viveu em Espanha e França, onde combateu contra Franco e