Mendel dos livros, Stefan Zweig (Assírio & Alvim)
Começo por falar nesta edição da Assírio & Alvim. O livro é precedido de uma apresentação de Álvaro Gonçalves e de uma cronologia biográfica. Lê-lo, depois da leitura destes textos, faz toda a diferença. Só pela sua leitura sei que a história de Mendel dos livros é de 1929, o que o transforma numa escrita quase profética do que viria a acontecer, ao mundo (particularmente à Europa) e a ele próprio. Mas a força do livro reside na personagem de Mendel, uma metáfora do mundo civilizado e culto, que vive para os livros ( à exceção dos livros, este homem estranho não sabia nada do mundo (...) e que é destruído pela campo de concentração onde é detido durante dois anos e depois pelas alterações havidas no café onde permanecia habitualmente e pela sua incapacidade de se adaptar aos novos tempos. O livro é sobretudo uma reflexão poderosa sobre a memória, como funciona, e o que fica de nós ( Para que vivemos se o vento atrás dos nossos sapatos apaga as nossas últimas p