Livros lidos em 2022

Livros lidos em 2022

    A vantagem das resoluções do Ano Novo é que se esquecem rapidamente. Evaporam-se nos primeiros dias de janeiro ou escondem-se nas primeiras páginas das agendas do ano.

    Mas entre as resoluções que assumimos todos os anos, entre duas passas, está sempre a de lermos mais livros. E também, como em anos anteriores, lermos mais livros escritos por mulheres e livros com alguma idade. Livros do sebo, como dizem os brasileiros, ou livros velhos, que antes de ler congelamos por uns dias para os libertarmos de traças.

    Este ano não cumprimos quase nenhuma destas resoluções. Em nossa defesa, podemos falar dos livros que nos foram oferecidos ou recomendados por amigos que os emprestaram. E a descoberta de cada autor, de cada tema, das palavras usadas, justificam o desvio, o incumprimento.

   E conhecemos novos autores, como foi o caso de Jefferson Tenório, autor do extraordinário O Avesso da Pele, e Abdulrazak Gurnah, Prêmio Nobel de Literatura de 2021, de que lemos o inesquecível Vidas seguintes. O ano em que uma mulher ganhou o Prémio Nobel da Literatura, Annie Ernaux, foi o ano da descoberta de A vida apaixonante de Adriano, de Marguerite Yourcenar, e senti que foi a altura certa para ler esta obra admirável. Apesar de as mulheres escritoras não terem ocupado tanto espaço como gostaríamos, lemos Margaret Atwood, Lídia Jorge, Meg Wolitzer, Almudena Grandes e Nélida Piñon, entre outras.

     O Colégio, de Cristina Serôdio, permanecerá também entre um dos livros inesquecíveis deste ano. Podia ser uma autobiografia de um período da minha vida.

Entramos em 2023 com os mesmos votos: ler mais livros e, sobretudo, mais livros escritos por mulheres.


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