O que lemos em 2021
Olhando para o que lemos em 2021,
percebemos que lemos sempre menos do que antecipamos ou desejamos. Também é
curioso notar que nestas leituras, pouco organizadas, as razões para
escolhermos o próximo livro que iremos ler são variadas: alguns são sugeridos
por amigos ou por um filho (ainda que sob a forma de desafio e com mais de 700
páginas), outros são oferecidos, outros resultam de alterações na nossa vida
(que melhor razão que ser mãe e começar a ler livros sobre crianças e livros
para crianças?). O que nos recorda a ideia que já tivemos de começar também a
escrever sobre livros infantis que lemos e relemos e adoramos.
Mas para além destas leituras desarrumadas,
estabelecemos como objetivo no início deste ano ler mais livros escritos por autoras de língua portuguesa e com patine, sem
as capas e contracapas cheias de apreciações de críticos mais ou menos
conhecidos. E foi assim que lemos a tetralogia
de Luísa Beltrão, Os
Memoráveis, de Lídia Jorge, A
Morte da Mãe, de Maria Isabel Barreno, e descobrimos os contos de Teresa Veiga
em O
Último Amante. Fomos lendo ao acaso as Nova Cartas Portuguesas das três Marias,
Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta. Entre outros, descobrimos
o fantástico Niketche
de Paulina Chiziane, que ganhou este ano o Prémio Pessoa, e o segundo livro de
Martha Batalha, Um
Castelo em Ipanema.
Sem ser em língua portuguesa descobrimos
algumas escritoras, como Annie Ernaux e Bernardine Evaristo, autoras
respetivamente de Os
Anos e de rapariga
mulher outra e reencontrámos Isabel Allende, n’ O
Meu País Inventado e n’ A
Soma dos Dias.
Não se justificando mencionar
todos os livros, não posso deixar de destacar a Estranha
Guerra de Uso Comum, de Paulo Faria, que ao procurar o pai encontrou a
guerra colonial, e o belíssimo O
Plantador de Abóboras (Sonata para uma neblina), de Luís Cardoso, que
ganhou o Prémio Oceanos.
Já temos tantos livros à espera de serem
lidos em 2022. Boas leituras.
Comentários
Enviar um comentário